quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Audiência pública discute papel do educador social como agente transformador da realidade

Será realizada no dia 18 de novembro, no Plenário da Assembléia Legislativa, das 14h às 18h, a audiência pública “Movimentos Sociais, Educação e Direitos Humanos: o Educador Social como Agente de Transformação”. O encontro terá como objetivo discutir o papel do Educador Social como agente transformador da realidade e peça fundamental na humanização, intervenção e diálogo com os vários setores da sociedade.



O evento é resultado das atividades desenvolvidas pelos estudantes do Projeto de Capacitação de Educadores da Rede Básica de Ensino em Educação e Direitos Humanos, coordenado pela Universidade Federal da Paraíba em parceria com a Universidade Federal de Sergipe, através do Grupo de Estudos e Pesquisa em Exclusão, Cidadania e Direitos Humanos (GEPEC) e Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (PROEX).



Na ocasião, estarão presentes o Educador Social Givanildo Rocha, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Sergipe (Sintese), Joel Almeida, a representante e professora da UFS, Sônia Meire, a pedagoga do Movimento Sem Terra (MST), Acácia Daniel, e a deputada Ana Lúcia.



Projeto - O Projeto de Capacitação de Educadores da Rede Básica de Ensino em Educação em Direitos Humanos tem como objetivo a promoção de mudanças no sistema educacional de ensino no sentido de implementar uma cultura de direitos humanos nas escolas. A iniciativa é desenvolvida através da formação de educadores, técnicos e gestores da Rede Básica de Educação, lideranças comunitárias, profissionais das cinco áreas do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH), junto a quinze estados da federação.


Agenda

O que: Audiência pública “Movimentos Sociais, Educação e Direitos Humanos: o Educador Social como Agente de Transformação”
Quando: 18 de Novembro de 2009
Onde: No plenário da Assembléia Legislativa



Contatos

Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Exclusão, Cidadania e Direitos Humanos (GEPEC) - UFS
Tel.: (79) 2105 6839 (terça e quinta-feira, manhã e tarde – das 15h às 17h, e quarta pela manhã).

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Projeto Socioeducativo para adolescentes em conflito com a lei do Espírito Santo é modelo para europeus .


O projeto de atendimento socioeducativo baseado no Modelo Pedagógico Contextualizado (MPC) adotado pelo Centro Socioeducativo de Atendimento ao Adolescente em Conflito com a Lei (CSE) - do Instituto de Atendimento Sócio-Educativo do Espírito Santo (Iases) - é modelo para uma associação européia, a Associación para La Gestion de La Integración Social (Ginso), que atua no trabalho socioeducativo juvenil em Madrid, na Espanha. O projeto do CSE foi desenvolvido por Gerardo Mondragón, diretor executivo da Associação Capixaba de Desenvolvimento e Inclusão Social (Acadis), que realiza a gestão do, através de um contrato de gestão com o Governo.

O grupo de europeus, formado pelo presidente da Ginso, Alfredo Santos Garcia, o vice-presidente, Enrique Tuñon, o diretor geral do Centro de Reeducación y Reinsersción de Menores Teresa de Calcutá de Madrid, Luis Javier Del Hierro Nieto, e o diretor comercial que já trabalhou na Fundação Casa, em São Paulo, Étimo Ferreira, visitaram o Espírito Santo nesta semana e conheceram o Centro Socioeducativo, localizado no bairro Tucum, em Cariacica.

No Centro, o grupo realizou uma visita monitorada, acompanhado pelo diretor executivo da Acadis e por socioeducandos. Eles conheceram a estrutura do CSE e o funcionamento das etapas do processo socioeducativo diferenciado realizado com base no MPC e preconizado no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)e no Sistema de Atendimento Socioeducativo (Sinase).

Os visitantes também tiveram a oportunidade de conversar com os socioeducandos sobre o funcionamento das unidades para adolescentes em conflito com a lei na Espanha. Os europeus ficaram impressionados com o trabalho e destacaram que o CSE está mais avançado na prática socieducativa que a Espanha.

Esses jovens são muito respeitosos, possuem uma visão crítica da sociedade, em que a educação é o primeiro passo para a prevenção da violência, disse o vice-presidente da Ginso, Enrique Tuñon.

O grupo também se reuniu com a presidente do Iases, Silvana Gallina, e o diretor executivo da Acadis, Gerardo Mondragón. Durante o encontro, surgiram propostas para que o MPC, que já é aplicado no Espírito Santo e em algumas unidades da Fundação Casa, em São Paulo, seja também executado em Madrid, na Espanha, onde a Associação faz gestão compartilhada com o governo.

Saiba mais sobre o Modelo Pedagógico Contextualizado (MPC):

O Centro Socioeducativo é uma unidade do Iases que entrou em funcionamento em fevereiro deste ano. Com capacidade para 60 adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de internação, o atendimento socioeducativo no Centro é realizado com base no Modelo Pedagógico Contextualizado (MPC), de Gerardo Mondragón, diretor executivo da Acadis.

O MPC tem como missão socioeducar e facilitar a inclusão social de adolescentes em conflito com a lei, seus familiares e sua comunidade por meio de intervenções sistêmicas, pedagógicas e socioterapêuticas, conforme prevê as legislações nacionais e internacionais de defesa dos direitos dos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa.

Informações à Imprensa:

Lorenza Rodrigues Grativol

Assessoria de Comunicação/Iases

Tels. (27) /

lorenza.grativol@iases.es.gov.br

comunicacaoiases@yahoo.com.br

domingo, 20 de setembro de 2009

II Congresso Nacional de Ciencias Criminais



Internacionalização do Crime: Delito Transnacional e Globalização
A nova configuração do crime eletrônico, a internacionalização do crime, a desestruturação do mercado de trabalho interno, a nova fluidez das fronteiras e novos marcos do crime como empreendimento lucrativo são problemas que exigem uma nova configuração da segurança pública que desafia a tradição criminal, essencialmente inquisitorial. O II Congresso Nacional de Ciências Criminais, que acontecerá de 24 a 26 de setembro, no Hotel Tambaú, em João Pessoa, traz à tona o debate sobre a “Internacionalização do Crime: delito Transnacional e Globalização”, colocando em pauta a discussão sobre o novo cenário das políticas de segurança, que trata de aprimorar as estratégias preventivas e ampliar o controle social sobre as instituições públicas. Especialistas e representantes estatais, como o secretário de Segurança Pública do estado da Paraíba, Gustavo Gominho, participará da série de conferências, entre elas, sobre o Tráfico Internacional de Drogas: Raízes e Alternativas.Painelistas discutirão as saídas propostas em discussões acadêmicas para a morosidade do processo, a falta de comunicação entre as instituições da segurança, a formação pouco flexível dos profissionais e até mesmo sobre a discussão sobre a concepção militar da segurança que dificulta a assimilação das experiências internacionais e impedem a presença de pesquisadores no cotidiano das instituições. O chamado crime sem vítima é o grande o desafio para superar o abismo entre segurança e cidadania, entre segurança e defesa dos direitos humanos! Participe e inscreva sua monografia. Veja no site a programação completa.
Dentre a programação destacamos a 12° Conferencia:





17h - 12ª CONFERÊNCIATEMA: Ato Infracional, Proteção Integral e Direitos Fundamentais na Área de Infância.CONFERENCISTA – ANABEL PESSÔAAdvogada, Coordenadora do Curso de Direito da Faculdade Maurício de Nassau – Unidade de Recife, Mestre em Políticas Pública e Especialista em Ciência Criminais pela UFPE: área de infância e juventude.


Verifiquem a programação e se surpreendam com sua riqueza de informações.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Agentes socioeducativos do Cenam voltam ao trabalho e Cenam segundo a Unicef é quase uma Penitenciária.


Os cerca de 140 agentes de medidas socioeducativas do Centro de Atendimento ao Menor (Cenam) retomaram as atividades no último sábado, dia 22. A decisão foi tomada após uma liminar concedida pela desembargadora Marilza Maynard Salgado, que decretou a ilegalidade do movimento e impôs uma multa diária de R$ 15 mil ao sindicato da categoria em caso de descumprimento. O presidente do Sindicato dos Agentes de Medidas Socioeducativas (Sindase), Eziel Oliveira, afirmou que a entidade recorrerá da liminar, apesar de demonstrar abertura para as negociações do governo. Segundo ele, a categoria paralisará as atividades novamente se em 15 dias não houver acordo com a Fundação Renascer, entidade que administra o Cenam. Por outro lado, a secretária de Estado da Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social (Seides), Conceição Vieira, assegura que sempre houve diálogo com a categoria. Na manhã da última sexta-feira, 21, a secretária adjunta da Seides, Maria Luci Silva, e representantes de entidades ligadas aos direitos da criança e do adolescente foram ao Cenam para discutir o retorno das atividades dos agentes socioeducativos. De acordo com a assessoria de imprensa da Seides, a relação estava desgastada e precisava de diálogo. Na ocasião, o presidente da Fundação Renascer, Gicelmo Albuquerque, também se reuniu com os agentes para negociar a execução de cursos de capacitação, que devem começar nos próximos dias. Mesmo com o fim da greve, os vigilantes da empresa de segurança privada, contratados pela Seides para substituir os agentes socioeducativos, ainda permanecem trabalhando no local. Segundo a Secretaria, a saída deles acontecerá de maneira gradual.
Opinião – Em artigo publicado no Jornal do Dia de hoje, 24, a jornalista Cássia Santana dedicou espaço para falar sobre a atual situação do Cenam. Segundo ela, apesar dos avanços, as ações do Governo ainda não foram capazes de promover a ressocialização dos adolescentes e a harmonia na relação entre estes e os agentes socioeducativos. Por outro lado, ela aponta que várias alternativas já foram sugeridas nesse sentido pelo Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDCA) através de audiências públicas, porém, nem todas foram aplicadas de maneira efetiva. Ainda segundo a articulista, mesmo após 19 anos de sua criação, as novas nomenclaturas para o tratamento da criança e do adolescente estabelecidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), ainda não são utilizadas por grande parte da sociedade. A jornalista destaca que nem mesmo o nome do Centro de Atendimento se adequou aos conceitos introduzidos pelo ECA.
(Jornal da Cidade, p. Capa e Cidades B1; Jornal do Dia, p. Cidades 9, Gabriel Damásio – 22/08; Jornal da Cidade, p. Capa e Cidades B5; Jornal do Dia, p. Política 03, Cássia Santana; Correio de Sergipe, p. Capa e Polícia A7 – 23 e 24/08)
CENAM é considerado quase um presidio segundo Unicef
Órgãos nacionais e estaduais visitaram o Cenam Na manhã de 29/07, representantes do Unicef, Justiça Global, e entidades nacionais e estaduais de defesa dos direitos da criança e do adolescente visitaram o Centro de Atendimento ao Menor (Cenam), em Aracaju. Durante a tarde, estes mesmos órgãos se reuniram em audiência pública no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para discutir o que foi avaliado na vistoria da unidade. As opiniões de que o Cenam está longe de ser uma referência em medida socioeducativa e de reinserção social dos menores foi unânime.De acordo com o representante do Fórum Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Edmundo Ribeiro Kroger, existe muito trabalho a ser feito para transformar o Cenam. “Durante a vistoria, percebemos que está consolidada a visão de um presídio. Os agentes se portam como responsáveis por enjaular pessoas. Não observei nenhuma medida educativa, apenas repressão. É necessário desconstruir tudo, começar o sistema do zero”, afirma Kroger.A representante da Unicef na audiência, Vilma Cabral, concorda com a opinião de Edmundo Kroger e é um pouco mais incisiva. “Só uma penitenciária pode ser pior que o Cenam”, declara. Segundo ela, a secretária de Inclusão Social, Conceição Vieira, garantiu que mudanças serão feitas, principalmente no processo pedagógico da unidade. “Durante reunião com a secretária, fizemos indagações e ela mostrou o já está sendo feito e o que eles pretendem fazer”, diz Vilma.“Eu imaginava que o estado de Sergipe já tivesse superado esses problemas. O que se vê no Cenam é uma violação grave dos direitos humanos. Está tudo errado, falta humanização”, declara Vilma Cabral. Ainda segundo ela, a Unicef voltará a inspecionar o Cenam em quatro meses para constatar as mudanças prometidas pela Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e Desenvolvimento Social (Seides).O país não tem outra unidade na qual o Cenam possa se espelhar. É o que afirma o representante do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), Djalma Costa. Segundo ele, apenas o estado de Pernambuco possui um modelo embrionário de um sistema socioeducativo aceitável. “Pedimos aos estados e municípios que sigam as diretrizes do Sistema de Atendimento Socioeducativo (Sinase), ao implementar seus próprios modelos”, afirma Djalma.Um dos maiores problemas notados pelo conselheiro é a superlotação na unidade. Para ele, “é necessário que o judiciário reveja os processos dos meninos para desafogar aquela unidade”.O Plano de Gestão Compartilhada do Cenam, criado em 2007, também foi avaliado durante a audiência pública. Para a deputada Ana Lúcia (PT), da frente parlamentar dos direitos da criança e do adolescente, diz que o Estado já possui um plano de gestão eficiente, mas que ainda não saiu do papel. Ela, que já atuou à frente da Seides, diz que muitas das diretrizes do atual projeto foram indicados durante sua gestão.Já para a representante da OAB no Conanda, Glícia Salmeiron, é necessário tirar a responsabilidade pelas unidades apenas do Estado. “Cada município deve ser responsável por suas unidades de cumprimento das medidas socioeducativas”, acredita Glícia Salmeron.Por Helmo Goes e Carla SousaInfonet

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Revista Brasileira Adolescência e Conflitualidade


A Revista Brasileira Adolescência e Conflitualidade nasce como parte da criação de um curso de Mestrado Profissional sobre Adolescentes em conflito com a lei na Universidade Bandeirante Brasil (UNIBAN). As motivações para criação deste periódico são os graves e constantes problemas presentes na rede de atenção ao adolescente em conflito com a lei, os quais vêm à tona ao grande público sob a forma de conflitos abertos: rebeliões, motins e outras situações que se configuram como graves violações de Direitos Humanos contra os adolescentes. Não menos importante é a discussão, bastante atual, em torno da problemática relação entre a adolescência e a criminalidade urbana, questão polêmica que suscita distintas propostas sem que se atinja um consenso e se produzam práticas eficazes. Neste cenário, cabe destacar o movimento de municipalização das medidas sócio-educativas em meio aberto o que, também, não tem sido feito sem problemas, entraves e resistências.

A idéia de criar uma revista acadêmica, em formato eletrônico, especializada em questões relacionadas à adolescência e seus múltiplos conflitos, surgiu a partir da constatação de que faltam periódicos especializados no Brasil, particularmente quando consideramos a temática da adolescência em conflito com a lei. Com o objetivo de ajudar a suprir esta lacuna o setor de pós-graduação da UNIBAN propõe a criação da Revista Brasileira Adolescência e Conflitualidade, um periódico que tem por objetivo publicar de forma regular a produção acadêmica nacional e internacional sobre situações que se configuram como conflitos socialmente percebidos em torno da adolescência. Este periódico se propõe ser um veículo de produção acadêmica, voltado, portanto, à publicação de artigos científicos com forte embasamento teórico e reconhecido rigor metodológico.


terça-feira, 18 de agosto de 2009

A greve no CENAM: panorama do sistema socioeducativo no Brasil.

Olá senhoras e senhores,

Sabe o que me entristece mais? Não é o fato de haver greve do pessoal que se diz da "segurança" do CENAM e todas as complicações que isso causa, mas sim o fato de que isto está longe de ser um caso raro e isolado no Brasil.
Uma coisa eu aprendi estando cerca de três anos convivendo com profissionais de medida socioeducativa de internação aqui do DF e da Colômbia: Os adolescentes em um sistema de internação são também reflexos diretos das ações e não-ações dos funcionários que os cuidam. Da mesma forma, num imenso equivoco de comportamento técnico-profissional, esses mesmos funcionários que deveriam ser exemplos de um verdadeiro apoio socioeducativo, utilizam do igual artifício dos adolescentes: tentam ser eles vítimas de um "sistema"e não compreendem algo mais profundo em suas ações e não-ações.
Ora, não os culpo, mas devo falar a verdade, pois muitos dos que trabalham com adolescentes em conflito com a lei, tanto faz se tem ensino superior ou médio, por pouco, mas pouco mesmo, nas suas histórias de vida, não se tornaram tão vulneráveis quanto aqueles que eles próprios atendem. Muitos escaparam de uma vida marginalizada, e obviamente sendo muito objetivo na minha análise, essas pessoas não possuem um arcabouço psicológico e social capaz de exercer trabalho de intervenção com esses adolescentes e suas famílias. Conheço um psicólogo que diria o seguinte: "A maioria deles (profissionais em medida socioeducativa) possuem muitas gestalts abertas, por causa de uma vida conturbada e cheia de riscos e vulnerabilidades, e que ainda aprenderam a duras penas fazer das suas próprias fraquezas, forças."
Somando a essa fragilidade do corpo técnico-administrativo, ainda temos um quadro de baixos salários, salários vergonhosos, que por vezes fortalece a própria situação de vulnerabilidade e risco desses trabalhadores. Mas sejamos lógicos: MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS NÃO DÃO VOTOS PARA POLÍTICOS. Nenhum presidente, governador, prefeito, deputado ou vereador ganha uma eleição com uma base eleitoral feita de propostas para melhorar o sistema socioeducativo. Nós estamos falando de uma população de cerca de 0,1% se colocarmos ela dentro do sistema carcerário. 0,1% não elege ninguém. O problema é q esse 0,1% são vidas.
Que devemos lutar por salários melhores na socioeducação, sim devemos, mas não vejo ninguém fazendo greve para reinvindicando melhorias no atendimento psico-socio-terapêutico em semi-liberdade, LA ou na Internação. Até quando iremos nos convencer de que dar oficinas de pobre para pobre é melhorar o sistema socioeducativo? Até quando iremos nos enganar em pensar que não existe um CDCA que não tenha seus digirentes e participantes atolados de favores políticos, que simplesmente negam autorização às instituições que possuem projetos socioeducativos competentes mas que não pagam a devida propina para o Conselho e seus comparças? Até quando devemos aceitar pessoas do governo incapazes de gerirem qualquer sistema socioeducativo? Até quando vamos aceitar que no final das contas, quem sai morto de dentro dessas unidades seja a maior vítima de todas: o adolescente?
Ah, antes de pensarmos sobre a questão, segue a matéria do Correio Braziliense, aqui do DF, sobre a morte de um adolescente do CAJE neste final de semana, é só assistir o vídeo:http://www.correioweb.com.br/tvbrasilia/index.htm?id=3000

Até mais

Noticias - CENAM


Caros colegas estamos acompanhando a situação lamentável de nossos companheiros de luta do CENAM em sergipe.
O que vocês acham do caso? acompanhem o caso pela internet e opinem...

17/08/2009

PM desrespeita o ECA e entra no Cenam

Na tarde da última sexta-feira, 14, policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar de Sergipe (PM) entraram armados no Centro de Atendimento ao Menor (Cenam) por conta da paralisação, por tempo indeterminado, dos 140 agentes de medidas socioeducativas das unidades, que reivindicam melhores condições salariais e de trabalho. A entrada dos policiais no Cenam está em desacordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que proíbe a presença da polícia nas unidades de atendimento ao adolescente em conflito com a lei. O ingresso militar somente é tolerado pelo ECA para conter rebeliões, o que segundo a polícia e os agentes socioeducativos, não ocorreu. Para o presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDCA), o advogado Thiago Oliveira, a greve dos agentes não é motivo para que a PM se mantenha dentro das unidades. Segundo o comandante de Policiamento da Capital, coronel Maurício Yunes, um grupo de policiais militares voltou ao Cenam na manhã de sábado, 15, para fazer a revista dos adolescentes, o que para Thiago Oliveira pode ser uma forma de a PM permanecer dentro das unidades. “Eles têm que fazer o policiamento externo e ingressar somente em caso de rebelião para garantir a ordem. Ficar lá dentro diuturnamente, não pode”, protesta. O coronel Yunes alega que a PM entrou nas unidades para manter a ordem; verificar se tinha algum objeto e para que os professores que atuam na unidade pudessem voltar às atividades normalmente. Quanto ao uso das armas, o comandante disse que estão sendo utilizados armamentos não letais e que os revólveres que estão com os policiais têm autorização para serem usados. De acordo com o presidente da Associação dos Agentes de Medidas Socioeducativas, Eziel Oliveira, a greve mantém o efetivo mínimo de 30% e a categoria está fazendo plantões na porta das unidades desde sexta-feira, 14. O presidente da Fundação Renascer, Gicelmo Albuquerque, garantiu que as visitas aos adolescentes serão mantidas. Os agentes de medidas socioeducativas irão hoje, 17, à Assembleia Legislativa para pedir o apoio dos deputados e depois seguem para a Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social (Seides), a qual estão subordinados. Eles pretendem manter a paralisação até que o Governo do Estado convide os representantes da categoria para negociar.
Reajuste salarial – Os agentes de medidas socioeducativas reivindicam aumento salarial de 47% para o ano base de 2010. O argumento é que há uma disparidade muito grande entre os salários dos agentes socioeducativos e de outros funcionários que cuidam da segurança, a exemplo dos policiais civis e militares.
Opinião – O editorial do Correio de Sergipe de sábado, 15, também versa sobre a greve dos agentes socioeducativos do Cenam. Segundo o Jornal, é preciso que o governo do Estado, através da Seides, tome providências para entrar em um acordo com os agentes.
(Jornal da Cidade, p. Capa e Cidades B2, Antonio Carlos Garcia; Correio de Sergipe, p. Capa e Polícia A7; p. Capa e Opinião A2 – 15/08; Jornal da Cidade, p. Cidades B5, Célia Silva; Correio de Sergipe, p. Geral A7 – 16 e 17/08)


18/08/2009

Justiça decidirá sobre greve dos agentes socioeducativos do Cenam

As medidas socioeducativas no Centro de Atendimento ao Menor (Cenam) estão suspensas desde a última sexta-feira, 14, por conta da paralisação dos agentes das unidades. Para o presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDCA), Thiago Oliveira, os adolescentes em conflito com a lei são os maiores prejudicados com a greve. Ele argumenta que as medidas socioeducativas não podem ser interrompidas em função da paralisação e que o efetivo mínimo exigido, de 30%, não está assegurando a realização de medidas socioeducativas neste período de greve. Em relação às negociações, as lideranças do Sindicato dos Agentes Socioeducativos se recusam a entrar em acordo por meio da Fundação Renascer, entidade que administra o Cenam. Eles alegam que a fundação não tem legitimidade para tratar dos salários e que a reivindicação só pode ser atendida diretamente pelo Poder Executivo. Por essa razão, a classe pretende dar continuidade ao movimento por tempo indeterminado, até que o Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social (Seides) apresente uma proposta. Para dar celeridade às negociações, ontem, 17, a desembargadora Marilza Maynard, que aprecia ação judicial movida pela Fundação Renascer, solicitando a ilegalidade do movimento grevista, concedeu prazo de 24 horas para que a classe comprove, através de documentos, que a Renascer e o Governo do Estado não disponibilizaram os canais para as negociações salariais. Na ação, a Fundação diz que houve precipitação por parte dos agentes e que os canais de negociação permanecem abertos. A entidade alega ainda que a paralisação coloca em risco o funcionamento das unidades em virtude da sua complexidade técnica e organizacional, uma vez que se trata de um serviço essencial, que não pode ter suas atividades paralisadas.
ECA – De acordo com o vice-presidente da Associação dos Agentes de Segurança e Medidas Socioeducativas, Carlos Alberto Santos Melo, a administração do Cenam descumpre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), principalmente no que concerne à oferta de um atendimento personalizado, em pequenas unidades e com grupos reduzidos; de um vestuário e alimentação adequada à faixa etária dos adolescentes; além de atendimento médico, odontológico, psicológico e farmacêutico.
(Jornal do Dia - SE, p. Capa e Cidades 08, Cássia Santana; Jornal da Cidade, p. Capa e Cidades B1; Correio de Sergipe, p. Capa e Geral A4 – 18/08)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Campanha colhe assinaturas contra a redução da idade penal.


Proposta de emenda à constituição que prevê redução da maioridade penal de 18 para 16 anos está prestes a ser votada no Senado

A Associação Brasileira de Magistrados, Promotores de Justiça e Defensores Públicos da Infância e da Juventude (ABMP) lançou uma campanha nacional de coleta de assinaturas contra a proposta que está em tramitação no Senado de reduzir a idade penal de 18 para 16 anos. A iniciativa está sendo realizada em parceria com outras organizações e movimentos de defesa dos direitos da criança e do adolescente, como o Núcleo da Criança e do Adolescente da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (NCA/PUC-SP) e a Associação de Pesquisadores de Núcleos de Estudos e Pesquisas sobre a Criança e o Adolescente (NECA).

A mobilização teve início no 19º aniversário do Estatuto da Criança e do Adolescente, quando coordenadores da Associação promoveram atos públicos nas assembléias legislativas de seis estados: Minas Gerais, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Nestes atos, um manifesto público redigido pela ABMP foi lido e assinado pelos presentes. O documento explicita os motivos que levam a Associação a assumir posição contrária à proposta e a afronta que ela representa à democracia. Com o apoio de organizações e cidadãos, a ABMP lança a proposição de que o manifesto contra a redução da idade penal ganhe repercussão nacional e que as assinaturas coletadas sejam encaminhadas aos senadores.

Para participar do abaixo assinado, basta enviar um email contendo dados como nome, CPF e/ou RG, atividade, cidade e Estado para http://br.mc573.mail.yahoo.com/mc/compose?to=assine@abmp.org.br. Aqueles que desejam contribuir com a coleta das assinaturas dos que não possuem acesso à internet têm a opção de imprimir o manifesto, disponível no site http://www.abmp.org.br/, e encaminhá-lo via correios para a secretaria executiva da Associação na Rua Boa Vista, nº 76, 5º andar. Centro - São Paulo - SP. CEP: 01014-000. Ambas as formas de assinatura apresentam a mesma validade e cada cidadão pode assinar apenas uma vez.

Agenda
O que: Campanha colhe assinaturas contra a redução da idade penal
Onde: Por email para http://br.mc573.mail.yahoo.com/mc/compose?to=assine@abmp.org.br ou por correios para a Rua Boa Vista, nº 76, 5º andar. Centro - São Paulo - SP. CEP: 01014-000

Contatos:

Associação Brasileira de Magistrados, Promotores de Justiça e Defensores Públicos da Infância e da Juventude
Eliziane Lara, assessora de comunicação
Tel.: (31) 3482-0217

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Um abraço aos nossos Seguidores.

Queria mandar um abraço para todos aqueles que se aventuraram em ler esse blog, por qualquer razão. Abraço especial a Erika Pessanha, Ana Paula Antunes, Yimmi Quibano, Alexandra Rocha, Fábio dos Anjos e Heron Nogueira.

Cada uma dessas pessoas fazem ou fizeram parte de nossas caminhadas socioeducativas. Continuem firme em qualquer empreitada na vida de vocês, pois como diz um grande amigo meu: "A destruição é relativa, mas a construção é absoluta."

Fortes abraços

domingo, 9 de agosto de 2009

Imprensa e Sistema Socioeducativo: incompatibilidades de preceitos.

Olá senhoras e senhores,

Estive fora um tempo, já até havia esquecido a senha do blog (heheheh), mas esse tempo que me dei foi providencial. Enfim, o fato é que voltei de minha férias forçadas e chego com um blog cheio de novidades - pelo jeito minha amiga Sabrina é uma fortaleza inabalável - e com notícias de uma "rebelião" numa unidade do sistema socioeducativo de Sergipe.

Bem, vocês já perceberam que quando numa avenida ou numa rua qualquer carro bate no outro ou alguém é atropelado, praticamente todos, mas praticamente todos mesmo, que passam pelo local querem olhar a tragédia, não com o ar de preocupados ou tanto altruístas, mas simplesmente pelo prazer inenarrável da alma humana de saciar a curiosidade. Daí aparecem aqueles que passam bem devagar com o carro para olhar mais de perto o acontecido piorando a já péssima fila de carros que foram formadas pelo engarrafamento; as pessoas dentro dos ônibus se levantam, comentam e fazem gestos entre elas; e há também aqueles que num lampejo tecnológico, ainda tiram fotos para quardarem de recordação.

Não cabe aqui eu avaliar esse fato do cotidiano numa perspectiva moral, deixo isso pra vcs, mas cabe aqui uma analogia: A imprensa, seja ela qual for, elabora essa prática da curiosidade da tragédia com o Sistema Socioeducativo. A mesma coisa. Ela só olha, faz gestos ou até mesmo denuncia apenas quando alguma coisa fora do normal acontece. E no Sistema Socioeducativo essa "coisa fora do normal" para a imprensa sempre se resume em três palavras: violência e adolescentes.

Esse comportamento midiático fica mais acentuado quando se trata de Internação de Adolescentes em Conflito com a Lei. Faço o desafio para vocês: entrem no site das principais emissoras de televisão e dos principais jornais dos Estados de vocês e comprovem o que esse humilde blog está escrevendo. Eu fiz isso aqui em Brasília, fui no sítio do Correio Brasiliense, principal jornal de Brasília, e digitei "Adolescentes Internação", depois "Adolescentes em Conflito com a Lei", depois "Menor Infrator". Resultado? Foram o total de 286 notícias, desde quando começaram com o jornal na internete. Dessas 286 notícias 201 possuim um caráter de denuncia ou informações sobre rebeliões, mortes de adolescentes e atos infracionais cometidos por eles. As outras eram todas para dar espaço para VIJ ou outros órgãos responsáveis pelo atendimento da Criança e Adolescente no DF, sem grandes aprofundamentos das questões (como de praxe).

Não, não! Não pensem mal de mim, jornalistas de plantão. Defendo amplamente o direito constitucional de expressar o que pensamos. Entretanto, faço a vocês as seguintes perguntas: porque encanta tanto o desastre das Medidas Socioeducativas? Porque é interessante falar de rebelião e não dar espaço para aqueles que trabalham dedicadamente e de forma correta com essas mesmas Medidas? Vocês já pensaram quais são as idéias formadas pelas pessoas que pouco entendem sobre o atendimento a adolescentes em conflito com a lei fazem ouvindo e lendo essas notícias? Será que simplesmente o caráter denunciativo das notícias criará novas demandas sobre esse assunto para os profissionais e a sociedade em geral?

É, no mais, espero que nossos colegas profissionais da unidade de Sergipe tenham gana e força para recomeçar depois de tanta peleia e que principalmente esses mesmos profissionais saibam lutar pelos seus direitos trabalhistas sem parar de pensar nas necessidades da população por eles atendida.

Walter Gomes

domingo, 2 de agosto de 2009

CONVITE - III SEMINÀRIO ADOLESCENTES EM CONFLITO COM A LEI


São Paulo, 01 de agosto de 2009


CONVITE



Prezado(a) Senhor(a)

Em continuidade às atividades do curso de Mestrado profissional Adolescente em Conflito com a lei da UNIBAN vimos, por meio desta, convidá-lo para participar do “III SEMINÁRIO ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI" realizado nos dias 14 e 15 de agosto, na UNINAN campus Marte.

O Curso de Mestrado Profissional Adolescente em Conflito com a Lei tem tido um aumento considerável na sua procura, por oferecer uma formação diferenciada nos aspectos teóricos e práticos, para atender às demandas e desafios na atenção aos adolescentes e jovens em conflito com a lei. O Curso conta hoje com o total de 43 mestrandos.

O caráter inovador, marcado por uma abordagem interdisciplinar e com profissionais advindos de diversas áreas do conhecimento, nos remete ao desafio de assegurar uma convergência de objetivos frente à complexa tarefa de contribuir com a sociedade na busca de soluções para as demandas da área do adolescente autor de ato infracional.


Contamos com a sua presença para enriquecer os debates.
Solicitamos seu apoio no repasse deste convite para as pessoas de seu relacionamento (amigos, companheiros de trabalho e luta, listas de e-mails, etc.). Não há limite de inscrições e a participação é gratuita.


Cordiais saudações,



Profa. Dra. Maria de Lourdes Trassi Teixeira
Coordenadora do MP Adolescente em Conflito com a Lei
Universidade Bandeirante de São Paulo

Mestrado Profissional Adolescente em Conflito com a Lei
UNIBAN BRASIL
Campus-MR
Telefone: 55 0xx11 2972-9047
http://www.uniban.br/

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Noticias - CENAM


Rebelião revela fragilidade no Cenam

Na tarde de ontem, 22, os adolescentes internos do Centro de Atendimento ao Menor (Cenam) se rebelaram contra a decisão de transferir alguns internos para outras alas da unidade. Tanto jovens quanto socioeducadores foram feridos durante a manifestação, que foi contida com a intervenção da Tropa de Choque. Esta foi a terceira rebelião ocorrida dentro do centro de internação em duas semanas e revela a fragilidade da situação em que se encontram adolescentes, socioeducadores e a direção da unidade. O Sindicato dos Agentes de Segurança da Fundação Renascer (Sindasf) confirmou a paralisação marcada para amanhã, 24, e informou que, a depender das negociações com a Secretaria de Estado de Inclusão, Assistência e Desenvolvimento Social (Seides) poderá deflagrar greve geral. A categoria pretende também recorrer ao Tribunal Regional do Trabalho para mover um processo judicial contra o Estado de Sergipe e a Seides, devido ao não-fornecimento de equipamentos de proteção e segurança. A secretária de Estado de Inclusão, Assistência e Desenvolvimento Social, Conceição Vieira, informou que algumas das reivindicações feitas pelos membros do sindicato já estão sendo atendidas, como a realização de curso de capacitação voltado para a segurança e o fornecimento de 10 kits de equipamentos de proteção.


Agentes do Cenam paralisam atividades

Os agentes de segurança do Centro de Atendimento ao Menor (Cenam) irão paralisar suas atividades hoje, 24, e realizar uma manifestação em frente à sede do órgão. A categoria reivindica reajuste salarial e melhores condições de trabalho. O presidente do Sindicato dos Agentes de Segurança da Fundação Renascer (Sindasf), Eziel de Oliveira, justifica a paralisação afirmando que a categoria tem sofrido com a desvalorização salarial ao longo dos anos. No entanto, quando os agentes ingressaram na unidade, recebiam R$ 365, o que equivalia a um salário mínimo, e mais 200% sobre este valor. Hoje eles recebem R$ 471, o correspondente a mais de um salário mínimo e mais 200% sobre este valor.
Greve - O líder sindical disse ainda que a possibilidade de uma greve não está descartada caso as reivindicações da categoria não sejam atendidas. Por outro lado, o presidente da Fundação Renascer, Gicelmo Albuquerque, informou que, até o momento, o órgão não foi informado oficialmente nem da mobilização, nem da paralisação ou da greve. Ele afirma ainda que, apesar de estarem cobrando na mídia melhores salários, os sindicalistas não incluíram o aumento na pauta de reivindicação enviada para a Fundação Renascer.
(Jornal da Cidade, p. Cidades B5; Correio de Sergipe, p. Polícia A7 – 24/07)


Situação do Cenam é tema de audiência pública

Na tarde de ontem, entidades da sociedade civil organizada se reuniram no auditório da OAB durante audiência pública para discutir uma polícia socioeducativa para Sergipe e cobrar do governo do Estado a implantação do Plano de Gestão Compartilhada para o Cenam, co-elaborado em 2007 pela sociedade civil organizada e pelo poder público. A iniciativa foi do Fórum Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Fórum DCA-SE) e dos Conselhos Estadual e Municipal de Aracaju dos direitos da Criança e do Adolescente (CEDCA e CMDCA) e contou com a participação de representantes do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Associação Nacional dos Centros de Defesa (ANCED), Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) e Fórum Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Fórum Nacional DCA). Publicamente, os órgãos foram unânimes ao dizer que a situação do Cenam está longe de ser uma referência no atendimento socioeducativo. De acordo com a representante do UNICEF, Vilma Cabral, “só uma penitenciária pode ser pior que o Cenam”. O representante do Fórum Nacional DCA, Edmundo Kroger também reforçou a problemática de a unidade ser vista como um presídio. “Os agentes se portam como responsáveis por enjaular pessoas. Não observei nenhuma medida educativa, apenas repressão”. Para o presidente da OAB em Sergipe, Henri Clay, as rebeliões ocorridas nos últimos dias refletem a precariedade do sistema socioeducativo. Ele afirma que se o plano for colocado em prática, “pode transformar o Centro numa referência de gestão positiva”. representante do UNICEF, Vilma Cabral, relata que presenciou violações de direitos humanos contra os internos. “Fiquei chocada com a visão estrutural, arquitetônica; uma violação grave. Um trato de repressão que não pareceu um tratamento adequado às pessoas sem falar no trato alimentar, que parece ser uma prática do dia-a-dia”. Ao final da audiência, os participantes informaram que irão elaborar um relatório que será entregue ao governador Marcelo Déda e a Organismos Internacionais que defendem os direitos humanos.
Nova visita – Durante reunião ocorrida entre a representante do UNICEF e a secretária de Assistência, Inclusão e Desenvolvimento Social, Conceição Vieira, ficou firmado que em quatro meses o UNICEF voltará a visitar o Cenam para conferir mudanças pactuadas com a secretária.
(Jornal da Cidade, p. Cidades B3; Correio de Sergipe, p. Geral A4, Mércia Oliva; Jornal do Dia, p. Cidades 07, Cândida Oliveira – 30/07)

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Crianças atras das grades!


Roberto Cabrini, no dia 21/06/09 domingo passado apresentou a materia Crianças atrás das grades em todo o mundo. O mesmo apresentou Centros de Internações de todo o mundo e o tratamento diferenciado em cada parte do planeta. Uma materia bastante interessante para nós pesquisadores e educadores na área.

Acessem: http://www.rederecord.com.br/programas/reporterrecord/materia.asp?id=224

Para todos os que assistiram o que mais lhe chamaram atenção?

Especialização em Praticas Profissioais com Adolescentes em Conflito com a Lei


Olá caros colegas, a especialização em Praticas profissionais com adolescentes em conflito com a lei ofertada pela UNIBAN - SP, como especificado nos links abaixo, ainda estão com inscrições abertas com inicio de aula previsto para AGOSTO.

Acessem e se qualifiquem para esse campo que só tem a crescer!

http://www.uniban.br/posgraduacao/areas_sociais_criticas/adolescente_conflito_lei/index.html

Abraço a todos!

sábado, 30 de maio de 2009

Socializar Informações, trabalhos entre outros....

Olá pessoal, estamos abrindo um espaço para todos pesquisadores, educadores e interessados nessa área para compartilhar experiencias e trabalhos academicos em nosso blog.

Os interessados em divulgar seu trabalho, experiencias, relatos, denunicas, artigos, videos entre outros mandem para o email: socioeducacao@gmail.com

Abraços para todos!

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Diário de um sonâmbulo

Sabe como é: madrugada e insônia são duas coisas que se misturadas podem provocar um estrago imenso no cara. Já atendi muitos adolescentes internados que passavam a noite de olhos abertos por monte de motivos: porque via o cara que ele matou, pq via o demônio, pq não parava de pensar na família, etc. Tudo bem, nada que uma boa intervenção e um encaminhamento ao psiquiatra não resolva. O problema é quando isso acontece com vc. Num dia onde tudo trasncorreu como se previa, sem grandes frustrações ou anseios. Estou aqui, sem conseguir dormir. Mas já que, como disse, essa minha situação atual pode provocar um estrago, então beleza, vou canalizar meus esforços para uma espécie de denúncia, como se toda a minha raiva e indignação por não estar conseguindo dormir fosse meu álibe psíquico que me insenta das boas e poucas que vou escrever em forma de Pesadelos... aiai.
Pesadelo 01: O Secretario de Justiça do DF nomeia como diretor do CIAGO um advogado da Companhia Elétrica de Brasília, isso mesmo, um diretor de uma Instituição de Internação de ponta que é CIAGO sendo dirigido por um advogado de companhia elétrica. Se vc for analisar bem, naquela regra da politicagem e interesses eleitorais que regem Brasília, o nosso amigo Governador Arruda foi Diretor da CEB tb, antes mesmo de chorar na plenária do Senado (o escândalo do painel, lembram?) e antes de ser nosso ilustre governador: isso quer dizer alguma coisa? O fato é que técnicos extremamente competentes na socioeducacão estão a mercê das vontades de um cara que tem dificuldades cognitivas que comprometem até a sua fala, isso eu comprovo porque já conversei com esse bolha. Ainda por cima está sendo assessorado, obviamente por não saber nada de Medida Socioeducativa, por dois funcionários do CAJE, outro centro de internação do DF que tem em seu currículo cerca de 20 mortes de adolescentes desde 1995. Ou seja, nisso aí, a Vara da Infância, o Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente - CDCA -, a Associação das Mães de Adolescentes em Risco - AMAR-, não falam nada, sequer apontam uma reflexão sobre essa discrepância administrativa. Bem, existem aqueles que no auge da sátira vão falar: "Ah, mas eles estão aí é pra trazerem a 'luz' da mudança", lógico, como bons funcionários da CEB, Arruda e Anderson (Diretor do CIAGO) não podem fazer suas bobagens às cegas. Tristeza é pouco.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Hora de construir conhecimentos em Socioeducação.

Meus Nobres,

Nos dias 25 até 27 de novembro de 2009 se realizará o II Fórum Internacional de Pedagogia. Os objetivos deste fórum, desde quando sua criação são os seguintes:
  • viabilizar o encontro de professores(as), estudantes e pesquisadores(as) envolvidos com a pesquisa na graduação em Pedagogia e áreas afins;
  • possibilitar a socialização da produção do conhecimento na graduação, na área de pedagogia e áreas afins, por diversas universidades, no âmbito internacional, como forma de se pensar políticas e fomentos para a iniciação científica;
  • estabelecer parcerias entre instituições participantes do evento;
  • discutir modos de inserir o(a) aluno(a) de graduação na pesquisa;
  • consolidar a ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DE PESQUISA EM PEDAGOGIA – AINPED.

Legal, né? Eu honestamente nem sabia que existia uma associação de pesquisa em pedagogia, e ainda por cima internacional. Olha só o que a internete nos apresenta!!! É hora então de todas/os as/os pedagogas/os mostrarem o que sabem sobre pesquisa. Ótimo momento também para nós, profissionais da socioeducação, organizarmos nossos conhecimentos e apresentarmos pesquisas. Ah, até dia 30 de junho estão abertas as inscrições para apresentação de GTs e Oficinas... Já estamos fazendo as nossas propostas, daqui a pouco a gente posta no blog.

Abraços a todas/os e Paz e Bem, sempre.

Segue o link do evento para maiores informações: http://www.forumdepedagogia.com/

Serie apresentada no Fantastico: "Di Menor: Infancia no Crime"

Serie apresentada em quatro capitulos, onde mostra a realidade vivida por muito jovens brasileiros que cumprem medidas sócio educativa de Internação no Brasil, e que nos levam a refletir das muitas cenas por nós já presenciadas e de vidas acompanhadas diariamente por nós educadores. Acessem:

http://www.youtube.com/watch?v=WS723i711Vk

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Cursos de extensão, Especialização e Mestrado na área Adolescentes em Conflito com a Lei



Extensão:

Fundamentos Multidisciplinares da Ação Profissional junto ao Adolescente em Conflito com a Lei

Este curso aborda o marco normativo nacional e internacional na área do adolescente autor de ato infracional e o fluxo do sistema de justiça e busca a compreensão multidisciplinar do desenvolvimento psicossocial na adolescência e as especificidades do adolescente envolvido com a prática do ato infracional.
Coordenação: Prof. Dra. Isa Maria Ribeiro Guará
Unidades de Ensino:1. Direito da Criança e do Adolescente - Prof.Ms. Claudio Hortencio Costa.2. Desenvolvimento do Adolescente – Adolescência e Criminalidade Profa. Dra. Maria Fernanda Peres e Prof. Dr. Jorge Broide
Público-alvo: Profissionais graduados em diferentes especialidades; gestores e técnicos de órgãos públicos e privados que atuam na área ou tenham interesse na temática.
Carga horária: 45 horas
Horários: Sábados das 8h às 17h
Local: Unidade Marte

http://www.uniban.br/extensao/cursos/fundamentos_conflito_lei/index.asp


Medidas e programas socioeducativos

Este curso aborda o planejamento, gestão, execução e avaliação dos diferentes programas de medidas socioeducativas (privação de liberdade e meio aberto) e as ferramentas teórico-técnicas para o diagnóstico e intervenção em grupos e instituições para uso no cotidiano do trabalho junto aos adolescentes.
Coordenação: Profa. Dra. Isa Maria Ferreira da R. Guará
Unidades de Ensino:1. Programas socioeducativos: fluxos, parcerias, planejamento, gestão, avaliação e cotidiano – Profa. Dra. Irandi Pereira 2. Grupos e Instituições – Prof. Dr. Jorge Broide
Público-alvo:Profissionais de diferentes especialidades; gestores e técnicos de órgãos públicos e privados com curso superior.
Carga horária: 45 horas
Horários: Sábados das 8h às 17h
Local: Unidade Marte

http://www.uniban.br/extensao/cursos/medidas_socioeducativos/index.asp

Especialização:

Verifiquem o link com toda a apresentação do curso:

http://www.uniban.br/posgraduacao/areas_sociais_criticas/adolescente_conflito_lei/index.html


Mestrado:

Verifiquem o link com toda a apresentação do curso:

http://www.uniban.br/posgraduacao_stricto/inst_educa/adolescente_conflito_lei/index.html


Acessem os links e aproveitem as ofertas para Junho de 2009.



Aos meus colegas do Centro de Internação de Adolescentes Granja das Oliveiras - CIAGO - e demais profissionais em Medidas Socioeducativas

Carrego a certeza, ainda passível de comprovações como são todas as minhas certezas, que nosso trabalho não se resume a outra coisa – até porque não existi coisa tão grande e importante quanto esta – senão de fazer com que as pessoas queiram conhecer a si mesmas.
Conhecendo a si mesmas, necessariamente conhecem aos outros, que também são humanos e que, por essa condição, não podem ser tão diferentes em seus limites, em seus sofrimentos, suas angústias ou suas alegrias: comungam de um mesmo sentimento silencioso de humanidade. Pensando sobre nosso trabalho, lembrei-me de um livro que reli faz pouco, Devaneios de um Caminhante Solitário, de Rousseau. Talvez uma das mais empolgantes autobiografias já escritas, com seus vícios incorrigíveis do romantismo da época, mas fascinante na quase perfeita comunhão entre o uso da filosofia como instrumento de autoconhecimento e o uso da poesia para delinear em palavras ousadas e em frases fortes os sentimentos dessa caminhada que se faz solitariamente.
Rousseau era um homem obstinado em se conhecer, como quase todos filósofos e poetas: estava, portanto, treinado para se questionar e, por isso, no final de sua vida, fez um balanço extremamente doloroso, questionador, desesperançoso e sem escrúpulos de sua existência. Algumas semanas após escrever esse livro, Rousseau falece. E uma coisa que não podemos negar é o fato de que só o objetivo de querer abertamente traçar essa caminhada já é, sem dúvida, terrivelmente doloroso. Quem teria essa coragem de fazer o que Rousseau fez? Quem teria a coragem de propor, já no final da vida, quando normalmente as pessoas preferem o retiro de todas as angústias do pensamento e das incertezas, caminhar ainda sobre o chão ardido do autoconhecimento?
Arrisco-me a dizer que conhecer a si próprio, não é um convite, não é algo que você decide fazer logo depois de acordar de uma noite mal dormida ou depois de um conselho dado a esmo por alguém desconhecido ou pouco querido. Independente de qualquer projeto de vida que a gente carrega no peito, como o de comprar uma casa, ou o de ter filhos, ou ainda o de apenas escrever um livro, conhecer a si próprio é a única caminhada que não nos abandona, ela está sempre debaixo dos nossos pés desde que respiramos pela primeira vez. Dessa forma, acredito que, como pede a milênios o oráculo de Febo, talvez seja a única ação existencialmente válida, porque proporcionalmente inútil e dolorosa. E, particularmente, adoro as coisas inúteis e dolorosas. Entretanto, é natural que por vezes preferimos, por uma escolha que não cabe julgamento ou por conseqüência de uma vida já muito doída, silenciar o questionamento sobre o nosso eu.
Quando esse questionamento aparece, tratamos logo de emudecê-lo: sejamos sinceros, é menos contundente se atirar no devir das coisas e ser um ébrio da sua própria existência do que ter de pensar sobre ela, do que ter de se responsabilizar na pergunta “Quem sou eu”?, mesmo que futuramente você descubra que essa pergunta não leva a lugar nenhum. Daí que trabalhamos com pessoas desse jeito. Com essa condição de pensamento, que na verdade não é condição nenhuma. De todos os erros, justificados ou não, que talvez eles cometeram, o maior deles, creio, é de não se pensarem, e, no contrário disso, é que reside a grandeza do nosso trabalho. Só que como todo grande trabalho – já nos provou Hércules e Marx – a realização dele reflete sobre nós mesmos. A propor que os outros pensem em si, pensamos em nós, com toda a violência e radicalidade.
Que bonita caminhada a que nosso trabalho se propõe! Boa sorte a todos!

Introdução

Olá nobres senhoras e senhores visitantes,

Este blog tem mais tendência de ser um grito que um manifesto; de ser um alerta que uma simples atenção; de ser denúncia ao invés do simples olhar; de ser luta antes mesmo de toda a boa vontade. O que é Socioeducação? O que é um Processo Socioeducativo? Como podemos diferenciar Socioeducação da Educação Formal? Ou porque ter que diferenciar? A que pé anda as Medidas Socioeducativas no Brasil e no Mundo? Quais são as figurinhas do governo no seu Estado que estão fazendo algo verdadeiramente significante? E quais são aquelas que devem ser deliberadamente denunciadas para que o assunto sobre Socioeducação do Brasil avance?
É horas de pessoas comprometidas com a infância e a adolescência poderem ter espaço para a construção de seu conhecimento, a informação de suas experiências e, principalmente, a publicação de seus desejos e sonhos. O blog é nosso, sejam bem-vindos!